agosto 11, 2005

Rosto




















O sol vai alto
um raio atravessa a cortina
aloja-se na almofada
e ela fica deitada ao meu lado

Acordo extremunhado
as teias de aranha do sono
enrodilhadas nos botões
que comandam a minha vontade

Quero balbuciar uma palavra
mas apenas sai um pequeno som
esfarrapado e tremido
quase parecido com o seu rosto

Esfrego um olho
e soergo-me num cotovelo
quero-te ver e tocar e sentir
mas o teu rosto rendilhado
projetado na minha inconsciencia
vai sumindo devagarinho

Desapareceu a luz
calou-se o som
restou a penumbra
e o cheiro
ah como cheiras bem!...

3 Comments:

Blogger mar revolto said...

O poema é soberbo, mas esse rosto arrepiou-me, joguei-lhe até 5 gotas não de channel nº5 que detesto, mas de paloma de picasso eheheh.
Beijo

5:26 da tarde  
Blogger Isabel Filipe said...

Oi.......

Vi a imagem... não li o poema...
para mim a imagem vale mais que a palavra....

rsss.... (cada um puxa a brasa à sua sardinha....)....
a imagem é impressionante....prefiro não a comentar... porquê????

porque... deprime..........
vou esperar por outros posts menos stressantes........

mas gostei de aqui estar... como já tinha dito anteriormente........

Bj

12:42 da manhã  
Blogger Amigo de Alex said...

Meninas:
A imagem pretendia ser uma figura pouco definida,uma imagem rouca,de alguém que acaba de acordar e tenta recordar de quem era aquele rosto com quem estava a sonhar. Pelos vistos não consegui o objectivo pretendido,por falta de talento e por falta de imagens.
A imagem não pode valer mais do que a palavra porque a imagem é feita de palavras e até há quem diga que uma tem mais de mil.
Um beijo.

2:43 da manhã  

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