fevereiro 25, 2006

Máscara


















É carnaval e tudo vale (ou quase), mesmo com um frio de
rachar. É tempo de retirar a máscara (que anda colocada
todo o ano), calibrar o pé para o samba e começar a gingar
a caneca. Barriga para dentro, bunda repenicada, muita
ligeireza e vá de sacudir...tsssk...tsss...tum...
com muito amor.

fevereiro 19, 2006

Girassol


















Recordo um dia
chamei-te girassol
não pelas tuas pétalas
corações alongados
amarelos e dourados
Nem pelos olhos
focos cintilantes
esverdeados
Mas pelo sorriso
Quando tu sorris
o teu rosto é uma festa
sublime
esfusiante de alegria
Que desperta em mim
um desejo louco
de procurar a tua boca
e depositar
um beijo de paixão.

fevereiro 13, 2006

Metade




















Não veio a propósito do dia dos namorados
mas até poderia ter vindo...

Metade
Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silencio
Que a musica que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo
seja pra sempre amada
mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma
e na paz que eu mereço
E que essa tensão
que me corroe por dentro
seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
mas a outra metade é um vulcão
Que o medo da solidão se afaste
e que o convivio comigo mesmo
se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita
em meu rosto um doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infancia
Porque metade de mim
é a lembrança do que fui
a outra metade eu não sei
Que não seja preciso
mais do que uma sinples alegria
para me fazer aquietar o espirito
E que o teu silencio
me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para faze-la florescer
Porque metade de mim é plateia
e a outra metade é canção
E que a minha loucura
seja perdoada
Porque metade de mim
é amor
E a outra metade
também.

(Oswaldo Montenegro)

fevereiro 07, 2006

Voluntários precisam-se

















Confesso que não sou grande adepto daquelas correntes
que passam frequentemente na Net, embora reconheça
nalgumas, especialmente as que passam entre amigos ou
entre grupos de pessoas que partilham os mesmos
interesses, como a blogosfera, virtudes lúdicas e de
aproximação entre as pessoas, que são de louvar.
Ora acontece que fui desafiado por pessoas amigas para
receber e partilhar uma dessas correntes e, pior ainda,
dar-lhe continuidade. A primeira parte está feita,
conforme pode ser comprovado no post anterior, mas
tenho dificuldade em nomear cinco pessoas para lhe dar
seguimento. Primeiro porque não quero transmitir essa
responsabilidade a essas pessoas, não sabendo se será ou
não do seu agrado, e depois porque não conheço assim
tanta gente, e logo me pedem que nomeie um regimento.
Por isso lanço daqui um grito lancinante de angústia, e
apelo aos corações de boa vontade para que, num gesto
magnânime de altruismo, se voluntariem. É que não
havendo cinco almas caridosas que me dêm a mão,
vou ficar sob a alçada de uma mulher do norte. E com
uma mulher do norte não se brinca. E nem a solidariedade
de outra mulher, embora sul, me vai valer. E eu, finish,
kaput, estou liquidado!

fevereiro 06, 2006

Manias



















Respondo ao desafio que me foi lançado no "Aromas do
Mar" e aqui ficam escarrapachadas as minhas cinco
prioritárias manias. Espero que não me peçam para
declarar as taras. Mas se me desafiarem...

fevereiro 02, 2006

Barco

















Um barco vazio
num rio parado
uma rota incompleta
um suspiro abafado

É um sonho perdido
uma alma a sangrar
um desgosto profundo
de quem não chega ao mar

Resta sempre a esperança
em cada manhã de neblina
que se quebrem as amarras
e num suave balanço
possa navegar á bolina
em direcção ao abraço
que canta em surdina