julho 29, 2005

Afrodite




















E a calada da noite fez-se musica
O negro silencio tornou-se canção
Abriram-se as asas de Afrodite
E a minha alma voou para a tua mão

A diva tomou conta das emoções
Estrelas povoaram a noite escura
Soaram trombetas e carrilhões
Faltaram palavras e sobrou ternura

Acabava aquela noite bela e de fantazia
Os corações apertavam á despedida
Chegara a realidade ia-se a magia
Sobrou o legado da deusa
Qual feitiço para uma vida

julho 26, 2005












Mas eu sei...

Olhei pra dentro de mim
Ávido de emoção e encanto
Penetrei na escuridão de tristeza
Fixei o olhar e não te vi

Mas eu sei
Que naquele canto reservado
Nunca ninguém mais vai sorrir
O lugar está ocupado
Repleto de saudade e pranto
Anseio o calor das palavras
e suspiro
Procuro desesperadamente
e não te encontro
Mas eu sei
Que estás ali


(amigo de alex)

julho 24, 2005

Como posso




















Como posso
Recordar alguém
que nunca esqueci
Sentir o calor do abraço
de quem nunca me separei
Repetir as noites de insónia
se os sonhos deixaram de acontecer

Como posso
Imaginar um futuro de esperança
se o presente parou num beijo
E a lembrança do tempo
apenas encontra na memória
Um registo de saudade

Como posso
Gritar ao mundo
alegria de viver
Voltar a beber
palavras de encanto
Partilhar a dois
uma onda de desejo
Sentir de novo
saudade do amanhã
Talvez...

(Amigo de Alex)

julho 23, 2005

Assim sou eu sem você


Nunca fui mal procedido
Nunca fiz mal a ninguém
Se acaso fiz algum bem
Não estou disso arrependido

Se mal pago tenho tido
São defeitos pessoais
Todos seremos iguais
No reino da eternidade
Na balança da igualdade
Deus sabe quem pesa mais

(Calafate)

julho 20, 2005

O início


A saber todo o ciclo tem três fases.O início, o durante e o fim. O princípio é sempre doloroso, um passo para o desconhecido, o despertar para uma nova situação, o abrir os olhos para uma nova realidade e daí uma certa relutância, uma resistencia interior...
Era algo extremunhada aquela noite, varrida pela ventania e colorida por relâmpagos prenunciadores, que apesar da temperatura ser elevada, ou talvez por isso, ajudava a criar um ambiente soturno, melancólico, denso e abafado. O desafio estava lançado. Cada pergunta suscitava a devida resposta, que se encaixava na perfeição, qual peça de um lego gigantesco onde ia tomando forma um estado de alma que alimentado pela sedutora torrente de palavras corretamente empregues, no tempo e no modo, inebriava as ideias, tolhia os movimentos, mesmo os mais simples, e fazia com que uma fina gota de suor deslizasse subreptíciamente pela espinha abaixo inviabilizando o êxtase. Até que um braço nú terminado em mão aberta de dedos finos e unhas roídas, avançando intermitentemente, estimulado pelas palavras certas, insistindo até ao limite da paciencia, logrou colocar a derradeira peça, que completou o lego e mais não era do que a frase mágica.