abril 24, 2006

Namorar



















Entrelaçam-se as mãos trocadas
afagam-se os polegares com intimidade
param no tempo os dias mais lindos
cruzam-se olhares cheios de intensidade

Arrastam-se passos para o horizonte
sem rota nem rumo traçado
mora lá o sonho sem fim
o mundo da vida sem pecado

Rola a areia debaixo dos pés
levada pela onda que vem e vai
as mãos dadas, cúmplices, a baloiçar
acompanham o movimento das marés
a respiração, ofegante, a saber a mar

abril 16, 2006

Pedaços





















Amanhece
faz-se dia...até á noite
mais um pedaço cai
Acorda
apaga-se o sonho
corre-se a rotina
é um novo Canto que se vai
O mundo esboroa-se
naco a naco
tanta gente
e uma voz que não sai
Tudo em redor são escombros
o amanhã é triste
alguém que grita
que também existe.

abril 12, 2006

Vício


















É. Há pessoas assim, completamente escravas do vício.
Por ele deixam tudo, esquecem tudo. Tudo tem menos
valor (excepto os fósforos). E não há argumentos que
prevaleçam quando um dia, por mero acaso ou não,
colocam de novo o pé no passadiço da embarcação
onde antanho pensaram embarcar. Agora parece-lhes
uma ideia estranha e despropositada.
Eu apostava que o sujeito acima referenciado, quando
volvidos dez anos, resolvesse dar á costa , de braço
erguido e caixa de fósforos a abanar, entre o indicador
e o polegar, confrontado com algumas verdades, decerto
diria:
-Pffffff esqueci-me dos bêços...

abril 05, 2006

Mudança






















Poeta popular brasileiro, muito conhecido pelas suas
oportunas reflexões tem aqui uma bem verdadeira e
sempre actual. Nunca é tarde para, depois de uma
brusca travagem, colar o acelerador ao tapete, rodar a
direcção e alterar o sentido de marcha, de maneira a
chegar a um destino diferente. Haja a oportunidade,
a motivação e a coragem, e louve-se quem não tem
medo da vida, nem receia ir á procura da sorte. Só
pode merecer ser feliz.